Um dos desafios que hoje em dia enfrentamos é a incapacidade de viver no presente e permanecermos com o que há, seja isso uma dor, um desafio, uma dificuldade, um conflito, ou simplesmente sabermos desfrutar de uma paisagem, de estarmos sozinhos connosco mesmos ou apreciarmos a companhia de alguém.
A sensação de alheamento, dificuldade de concentração e foco, cansaço mental ou “cabeça cheia”, ansiedade, preocupação com o que vai acontecer, ou procura de algo que não aquilo que existe neste exato momento, são alguns dos sintomas da dificuldade em viver no presente.
Sabemos na teoria que o único tempo que temos e que é real, é o presente. E é aprendendo a apreciá-lo que vamos podendo estar contentes com o que somos e temos. Isto é, sentindo-nos felizes. O problema surge, quando passamos à prática.
As rotinas excessivamente ocupadas que criamos para nós mesmos, permanente manancial de estímulos e informação que existe à nossa volta, os pensamentos de “planificar, controlar e organizar tudo”, preocupações com aquilo que ainda não temos e podíamos ter, etc. não deixam espaço para que a vida se revele, para que possamos ser nós mesmos, para expressarmos a nossa espontaneidade, para despendermos tempo para cuidar de nós mesmos e do nosso bem-estar.
Perdemo-nos pelo caminho na procura dos nossos caminhos. Deixamos de nos sentir a nós e às nossas necessidades, porque estamos demasiado distraídos com “o que há para fazer agora?”. E tudo isso acontece, quando não vivemos no presente.
Quantas vezes, em vez de dedicarmos a nossa energia naquilo que podemos fazer no presente, não ficamos a remoer o que fizemos no passado e como poderíamos tê-lo feito melhor/diferente?
A verdade é que de momento a momento fazemos o que nesses momentos é o nosso melhor, ainda que esse melhor possa não ser o melhor que gostaríamos que fosse.
Um dos temas que trabalho com os meus pacientes é precisamente esse, a aprendizagem da vivência no aqui e agora.
Porque através desse ganho de consciência é possível encontrar a paz no dia-a-dia, diminuir ansiedade, curar as feridas e perceber a fonte de alguns dos conflitos internos, recuperar o equilíbrio emocional e a assertividade.
Também é difícil para ti viver no presente?