É raro encontrar alguém que não tenha sido ferido por um trauma ou um acontecimento difícil que muitas vezes traz consequências para toda a vida. Essas situações podem aprisionar os sentimentos de mágoa, zanga, raiva ou culpa que necessitam ser libertados para que viva feliz e em paz. Perdoar é frequentemente uma tarefa difícil, demora tempo e exige abertura do nosso coração, não só uma compreensão cognitiva do que aconteceu.

Na realidade, o perdão é um ato de amor e compreensão profunda que sana e liberta.

É importante entender que perdoar não implica que aprove a conduta de quem lhe tenha causado sofrimento, como no caso de maus tratos, violência, agressão, desonestidade, nem exclui a importância de tomar as medidas necessárias, como divórcio ou processo judicial. Ou seja, convém darmo-nos conta se não estamos a usar o perdão para iludir a nossa responsabilidade de cuidar de nós mesmos.

Por isso, perdoar não é fazer de conta de que está tudo bem quando sente que não é realmente assim. Às vezes podemos acreditar que perdoamos de verdade quando o que estamos a fazer, na realidade, é negar a dor e mágoa.

O perdão também não é um ato em que sintamos pena do outro e também não significa que ao perdoar terá de voltar a comunicar com as pessoa(s) que lhe causaram dor, se for o caso. Talvez essas pessoas com as quais tem um perdão pendente sejam aquelas com as quais não lhe é possível comunicar, talvez até porque já faleceram.

O que o perdão implica é uma compreensão íntima e profunda que envolve uma mudança de perceção, com todas as suas consequências.

O importante é não negar e tomar consciência dos sentimentos que podem estar ocultos por trás da dificuldade em perdoar, como o ressentimento, raiva, culpa ou outros. É preciso reconhecê-los, observá-los e libertar-se do seu peso.

Quando se permite perdoar:

Encontra paz dentro de si…
Encontra uma forma diferente de conviver com o passado, foca no seu poder em vez de impotência…
Responsabiliza-se pela sua vida…
Torna-se capaz de mudar os seus sentimentos e apaziguar-se…
Liberta-se da carga emocional e pode seguir a vida em frente…
Aprende a reencontrar o seu equilíbrio…

Abre-se ao sentimento de compaixão, compreendendo que muitas vezes por trás dos comportamentos insensíveis e cruéis dos outros há também uma história, encoberta, e às vezes desesperada de respeito, reconhecimento e amor.

E está tudo bem, se não consegue perdoar ou sente dificuldade, é um processo que vai sucedendo, em que vai aceitando com maturidade e responsabilidade tudo o que acontece. Dá espaço para que se manifeste a sua essência, que manifesta a maneira mais harmoniosa de agir perante as situações.

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