A invalidação familiar acontece quando se cria uma dinâmica por parte da família que sabota a autoestima dos filhos. Muitas vezes acontece mesmo sem os pais se darem conta disso e do impacto que pode causar nos filhos, como comunicação que desvaloriza e que usa manipulação emocional. São maus-tratos invisíveis e que podem deixar feridas para a vida, afetando a autoestima e autoconfiança da criança em crescimento.
Estamos a falar de pessoas que desde pequenas foram levadas a acreditar que as suas necessidades não são importantes ou que as suas capacidades não são suficientes.
Marsha Linehan, conhecida especialista em transtornos mentais e na terapia dialética comportamental, explica que a invalidação familiar gera, mais cedo ou mais tarde, invalidação pessoal. Se desde cedo as necessidades emocionais da criança foram ignoradas e ela foi rotulada como uma criança que “sempre chora por nada”, em adulta poderá acabar por se invalidar, interpretando as emoções como negativas e que talvez o melhor é escondê-las, engolindo-as à força.
Também se desde pequenos ouvimos que não chegaremos a lado nenhum, que isso não é para nós, que aquele sonho é impossível, que devíamos fazer o contrário daquilo que queremos, é muito provável que acabemos interiorizando tudo isso como um mantra tóxico que nos pode perseguir para a vida, minando a nossa capacidade de autorealização e autoestima. O que se cria depois em adulto, são diálogos internos de autodesvalorização e autocrítica. Processos como a autocrítica, as atitudes limitantes, a indecisão, o sentimento de culpa, o medo constante e um monólogo onde não há amor próprio, contribuem para perpetuar a desvalorização, que corrói por dentro e condiciona a felicidade.
E aqui não se trata de culparmos a família, pois em muitos casos faz o melhor que pode com aquilo que sabe. No entanto, ao assumir a responabilidade pelo nosso equilíbrio, felicidade e saúde mental, podemos optar por nos desenvolver a nível pessoal no sentido de aprendermos a validar a nós mesmos em adultos. Ainda que os sentimentos de injustiça, revolta e mágoa possam persistir é importante aceitá-los, assim como aquilo que somos, a nossa família e a educação que nos foi dada, isto para que possamos mudar o rumo, e adotar novas formas de agir e pensar.
Temos o poder de escolha nas nossas mãos, ou seja, podemos escolher ser amigos de nós mesmos, em vez de perpeturamos a interiorização dos danos causados pelos outros no passado.
Validarmos a nós mesmos é possível mas, para isso, é preciso que mudemos o nosso diálogo interior. Falarmos connosco mesmos com respeito e amabilidade, de nos tratarmos como seres valiosos, capazes e merecedores de serem felizes.
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